Cláudia Ninhos


Tema abordado:

- A Pandemia Covid-19.

Cláudia Ninhos

Cláudia Ninhos é investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Licenciou-se em História, em 2008, e obteve o grau de Mestre em História, área de Especialização em História Contemporânea, pela FCSH da UNL, com uma tese sobre a propaganda nazi em Portugal. Neste momento encontra-se a realizar o doutoramento em História Contemporânea, com uma tese sobre as relações culturais luso-alemãs (1933-1945), como bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.


1. Qual é a sua profissão?

Historiadora e docente na Universidade Lusófona.

2. O que se alterou na sua vida com a pandemia do Covid 19?

A pandemia alterou muito a minha vida. Exigiu uma adaptação constante, tanto a nível profissional, como familiar. Passei a trabalhar em casa e, como as escolas fecharam, o meu filho passou igualmente a ter aulas em casa. Não tendo ainda a autonomia necessária que lhe permita estudar sozinho, pois tinha 7 anos, foi difícil conciliar o meu trabalho com o ensino em casa. A pandemia coincidiu, por outro lado, com a minha gravidez, que exigiu maiores cuidados da minha parte e uma preocupação constante.

3. Que efeitos tem tido esta pandemia, na sua vida, em termos laborais?

Em termos laborais, o impacto da pandemia também foi enorme. Como grande parte do meu trabalho como historiadora é realizado em bibliotecas e arquivos, fiquei impedida de aceder a estes locais durante várias semanas e de viajar para a Alemanha, onde deveria ter realizado investigação. Um dos lockdowns apanhou-me, inclusivamente, a meio da escrita de um livro, que teria de entregar à editora dentro do prazo acordado. Assim, foi necessário solicitar um novo prazo. Na universidade, onde lecciono História Contemporânea, foi necessário adequar as metodologias de ensino, que tinham sido sempre pensadas para a modalidade presencial, para um ensino à distância. O mesmo em relação à avaliação. Se o ensino à distância tendo sido um mecanismo de adaptação à situação de pandemia, que permitiu manter as aulas, a verdade é que senti sempre falta do contacto presencial com os alunos e das possibilidades que este nos oferece, nomeadamente de promover o debate.


4. Na sua opinião, quais têm sido os efeitos desta pandemia na economia do nosso país?

Os efeitos têm sido devastadores. A nossa economia depende, em grande parte, do turismo, que foi uma das actividades mais afectadas. Muitas empresas tiveram, ou ainda terão, de fechar portas, conduzindo a um aumento do desemprego e potenciando o surgimento de problemas económicos para muitas famílias que, de um momento para o outro, se viram privadas dos seus meios de subsistência.


5. Que lições podemos retirar desta pandemia?

A grande lição que, em minha opinião, devemos retirar desta pandemia é que a existência de um bom serviço nacional de saúde, dotado de meios, é essencial. O desinvestimento no SNS deve ser contrariado, pois é um dos bens mais preciosos que o país tem.



Entrevista realizada por Ana Matilde Reis
Coordenação/Tutoria: Professora Ana Sofia Pinto


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