Sara Diogo


Sara Diogo

Sara Diogo é professora de Línguas no Ensino Básico.


Tema abordado:

- A Pandemia Covid-19.


1. Qual é a sua profissão?

Professora do ensino básico.


2. O que se alterou na sua vida com a pandemia do Covid 19?

Tudo se alterou. Tive de aprender a ensinar à distância, o que implicou técnicas diferentes de trabalho a todos os níveis. Saliento que me inspirei nos radialistas para manter as aulas com ritmo e sem silêncios constrangedores e que, na pedagogia, centrei todas as aulas nos alunos. Por outro lado, eu fazia também trabalho de investigação ligado ao meu doutoramento, especialização em teatro amador, e essa parte desapareceu por completo: não podendo viajar, não podia entrevistar nem fazer conferências.


3. Que efeitos tem tido esta pandemia, na sua vida, em termos laborais?

Em termos laborais, tive de me reinventar por completo e reinventar também o trabalho dos alunos. Ensinar línguas era algo essencialmente prático. Com a distância e o uso da máscara, a parte de investigação tornou-se essencial: ver vídeos para ver como se fala e do que se fala, aprender com quem também teve de aprender a língua estrangeira e comparar as vivências dentro da turma. Nenhum curso nem nenhuma formação me preparam para isto, tive de pensar nas aulas enquanto conteúdo online, onde nos expomos, mas também damos espaço aos alunos para se exporem e dialogarem.


4. Na sua opinião, quais têm sido os efeitos desta pandemia na economia do nosso país?

A pandemia tem tido efeitos devastadores, porque reduzimos o nosso dia-a-dia ao essencial. Já não sei o que é ir ao cinema ou ao teatro, faço o mínimo de gastos, porque há limitações no acesso a lojas. Saliento a cultura e o turismo como particularmente afectados, o que é muito grave, porque é a nossa memória colectiva que é posta em causa.


5. Que lições podemos retirar desta pandemia?

As lições que ficam são essencialmente de que precisamos de muito menos do que julgamos para viver. No entanto, sem a arte, apenas me sinto a sobreviver. Os espectáculos e exposições são essenciais para a sanidade mental, assim como o desporto, que também foi fortemente condicionado. Vivamos com menos, mas sem perder aquilo que faz de nós humanos: o pensamento crítico, a ética, a solidariedade e a cooperação. Quando estamos cada um no seu lar não vamos muito longe....



Entrevista realizada por Ana Matilde Reis
Coordenação/Tutoria: Professora Ana Sofia Pinto


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